Sobre
A medicina, a dor e os cuidados paliativos entraram na minha vida antes mesmo de eu pensar em ser médica. A experiência pessoal de conviver com alguém amado passando por situações graves de saúde é uma escola a parte. Isso influenciou enormemente a minha carreira. Após a graduação, fiz Residência Médica em Clínica Médica e em Medicina Paliativa. Ambas ressoaram em mim esse cuidado integral às pessoas e a multidimensionalidade de todos nós que somos físicos, emocionais, sociais e espirituais, e que, como humanos, precisamos de cuidados. Cuidados que devem ocorrer independentemente das condições de saúde (e a presença de doenças complexas) e que devem ir até o final da vida.
O dia a dia como médica clínica e paliativista me manteve na busca crescente por ferramentas terapêuticas que possam melhorar a qualidade de vida dos pacientes e, em 2018, os derivados da cannabis entraram na minha vida por meio dos pacientes que já usavam ou buscavam por eles.
Desde pacientes com câncer, para o controle de vários sintomas como dor, náusea e vômitos, insônia, ansiedade até pacientes com múltiplas doenças crônicas, em especial, doenças neurodegenerativas ou multimorbidade (presença de várias doenças ao mesmo tempo e, consequentemente, muitos sintomas) que estavam com comprometimento importante da sua qualidade de vida.
Assim como tantas outras ferramentas médicas, vejo nos derivados da cannabis mais uma ferramenta que pode incrementar conforto às pessoas através do controle de sintomas, conjuntamente a todas as outras medidas que são modificadoras de suas doenças.